Pesquise aqui.

12/27/19

Como preservar o ser humano que há dentro de cada um.

Como preservar o ser humano que há dentro de cada um.

Parece uma coisa tão banal para poucos, o que parecia para muitos a epidemia em que estamos passando. O difícil é perceber a qualidade de informações que vivenciamos uma qualidade que salta aos olhos no sentido de percebermos o quanto existem pessoas que a poucos não dávamos nada por elas no sentido de uma grande preocupação com o povo. Aos poucos vão se desenhando, se desenrolando um rolo  de emaranhados acontecimentos, sendo esses de preservação humana. Uma preservação que se dá a conta do afastamento de umas das outras. Podemos assim perceber que a política ainda que com suas falhas enormes, porque, não são poucas, influenciadas ou não pela OMS, tem se aprimorado também desde este evento.

Lembro-me que em 1974 (isso quando tinha meus onze anos de idade, morando em Osasco, minha Cidade natal a qual guardo dentro de meu coração) estava eu com minha saudosa mãe indo para uma consulta médica e tínhamos que passar na Rua Antonio Agu, a qual nos dias atuais grande parte desta rua se tornou em calçadão, o calçadão do Hot dog, qual comércio muito popular. Em 1974 (vacinação a todos em 1975) o centro de Osasco já tinha seu ar pitoresco, assim como sempre foi ele é, local tranquilo, só quem reside lá e frequenta sabe quanto é prazeroso passear por ali.

Quem conhece o Centro de Osasco sabe que são bem organizadas as Ruas e sendo assim, eu que quando sabia que iria ter vacina na escola, ou melhor dia de tomar vacina, ia capengando de medo, era como o terror se estivesse instalado dentro do colégio, aliás, eu era ainda criança e assim como todas, a injeção era sim um terror explicito que somente em saber dela perto de mim entrava em pânico. Hoje se me apegar de um hábito frequente que tinha na hora de tomar uma agulhada, posso dizer de não estar atento a minha saúde, o hábito de fechar os olhos para não ver a agulha entrar na pele.

Voltando ao assunto acima, 1974. Minha mãe sempre foi uma mãe muito cuidadosa com os filhos, ela já tinha levado todos os filhos ao posto para tomar vacina, inclusive ela também. O interessante que naquele dia devido a pandemia estar muito alto, crescente em números de afetados, uma campanha de grande proporção foi executada em todas as ruas do Centro de Osasco, não havia uma rua em que passasse sem que não sentisse uma mão em seu braço, com educação é claro, era soldados do exercito em todas as ruas, pontos de ônibus, nas esquinas.

Viaturas faziam sentinela a fim de ir atrás de quem procurasse escapar da vacina. Ainda ontem 10/06/2020, assisti uma entrevista na televisão que falava sobre o enfrentamento dessa pandemia da meningite e realmente foi dito o enfrentamento dessa epidemia com pistolas. Essas pistolas eram interessantes, pois tinham pedais, como se fossem hidráulicas em que carregava a com o frasco da vacina e após esse frasco ser esvaziado por ser muitas aplicações, recarregavam com outro e assim por diante, um verdadeiro ataque de guerra contra a meningite.  

Uma invenção muito eficaz, que nos dias de hoje não pode ser usada, pois se trata de contaminação direta. Era como uma linha em série, as pessoas apenas entravam na fila e assim que iam andando com o ombro expostos, recebiam a dose da vacina através da pistola em que uma vez o bico encostado ao ombro da pessoa, o soldado acionava um pedal o qual por sua vez empurrava o líquido e a pessoas assim estaria imunizada. Muitos soldados tinham uma praticidade grande, pois sendo muita gente, a agilidade destes contava muito.

Como sempre fui muito observador e detalhista, nunca me esqueço que tinha um apoio em que o soldado segurava  para não machucar as pessoas e ao mesmo tempo existia dois pedais, quando o soldado cansava uma perna, usava a outra, assim a segurança tanto a estes quanto as pessoas que seriam imunizadas acontecia. Foi um sucesso tão grande esse método de trabalho vacinal que com o tempo continuou a ser usado dentro das escolas para vacinar os alunos em todas as épocas de vacina. O Brasil vestiu a camisa contra a epidemia em 1974, pelo menos em Osasco isso aconteceu. Poucos tempos também no Brasil quanto a febre amarela.

Enfim, não tinha como fugir da vacina naquele dia, hoje se percebe o quanto minha mãe estava naquele dia pensando em mim, pois ela sabia o quanto eu tinha medo de injeção, agulhas, ou melhor, pânico. Como já tinha tomado todas as vacinas, já que minha mãe não se descuidava dos filhos neste sentido, ela fez de tudo para que eu não passasse por aquele “terror”, isso eu criança nas mãos de uma mãe, leoa, todas as ruas que entravamos lá estava os soldados, quando não era em esquinas era nos pontos de ônibus, não tinha como sair de todo o centro de Osasco sem o passe da vacina.

Com o tempo conversando com minha mãe, sendo eu já homem pai de filhos, ela se lembrou desse episódio e relatou que a grande preocupação dela era que tinha esquecido a carteira de vacina, pois devido a consulta era médica seguida de alguns exames que não precisava apresentar a carteira de vacina. Portanto, já que não tinha outra saída a não ser tomar a vacina novamente, depois de muito se explicar aos oficiais que ali estavam, tivemos que entrar na fila ou iríamos ser de um jeito ou outro, imunizados a força. Minha mãe era uma pessoa muito calma e educada ao extremo, tinha certa elegância no trato da comunicação, tanto é que sua vida como empresária no ramo têxtil foi de grande sucesso.

Parece que o tempo para, não é a toa que foi uma das primeiras ruas de Osasco, assim que Antonio Agu montou sua serraria por motivo em que se servia da linha do trem e esse servia a mesma a todo Estado de São Paulo e Brasil, sendo ainda Osasco não emancipada de São Paulo, Aliás se emancipou no ano em que eu nasci, 1962, nasci em agosto, e esse evento aconteceu em fevereiro. Sendo assim, fiz questão em entrar nestes detalhes explanando o como uma pandemia marca algo, fatores que mudam más, os benefícios são enormes.

Quando digo fatores e benefícios, digo o quanto o afastamento social e as políticas públicas são interessantes. Em 1974, enfrentávamos em uma epidemia de meningite, mesmo com o afastamento ainda teve pessoas que foram atingidas, acometido por esse mal. O terror era mais ainda das mães que se percebia dentro dos postos de saúde procurando se proteger a fim de proteger seus filhos que viriam ao mundo. Quanta vez percebia mães chegando aos prantos, carregadas por pessoas e eu sentado ali na espera, pois muitas vezes acompanhava minha mãe quando levava alguns de meus irmãos a consultar, até mesmo sendo para ser consultado eu mesmo. Era uma situação desesperadora em que quando se chega a ser pai ou mãe se percebe quão desesperadora a situação naqueles dias.

Percebemos que precisou algumas pessoas entrar em óbito quando a febre amarela se estendeu no Brasil para que muitas procurassem os postos de saúde. Assim como muitas que talvez não acreditaram nessa pandemia da simples gripezinha ou também possam ter sido infectadas por acidentes, despercebidos, ou outros. Poderiam estar em nosso meio. Podemos nos aperceber de optar por esse afastamento uma das outras, máscaras, álcool gel e continuar nossa caminhada na face da terra ou, simplesmente ignorar os cuidados e deixar que a natureza faça a sua parte. Melhor opção é a primeira. 

Quando me lembro dessa época da pandemia de 1974, tenho saudade de que aconteça novamente aquele evento em que presenciei, quando a vacina estava descoberta para todos. Más, até que isso aconteça devemos nos distanciar uns dos outros, mantendo assim nós e os outros saudáveis a ponto de alcançar, ter o privilégio de assistir coisa semelhante que ao ver significa liberdade de vida e vitória.

Portanto se trata de preservação da natureza sendo essa preservação do próprio ser humano. Preservação de indivíduos que vai além de simplesmente salvá-las, más, preservar memórias, conceitos, ideais, pessoas que muito ainda podem contribuir para futuras gerações, digo isso de médicos enfermeiros que muito estudam e tendo um arcabouço de conhecimentos, estão à frente desta luta colocando eles e os seus em riscos, perde-los é perder conhecimentos que demora muito a reconquistar. Não podemos ignorar tudo isso, temos um compromisso com todos, fazendo o possível a preservar além de nossas vidas.

Texto escrito em 11/06/2020

Texto atualizado em 17/06/2020

                     ------------------ Messias Albino -----------------