Parece uma coisa tão banal para poucos,
o que parecia para muitos a epidemia em que estamos passando. O difícil é
perceber a qualidade de informações que vivenciamos uma qualidade que salta aos
olhos no sentido de percebermos o quanto existem pessoas que a poucos não
dávamos nada por elas no sentido de uma grande preocupação com o povo. Aos
poucos vão se desenhando, se desenrolando um rolo de emaranhados
acontecimentos, sendo esses de preservação humana. Uma preservação que se dá a
conta do afastamento de umas das outras. Podemos assim perceber que a política
ainda que com suas falhas enormes, porque, não são poucas, influenciadas ou não
pela OMS, tem se aprimorado também desde este evento.
Lembro-me que em 1974(isso quando tinha
meus onze anos de idade, morando em Osasco, minha Cidade natal a qual guardo
dentro de meu coração) estava eu com minha saudosa mãe indo para uma consulta
médica e tínhamos que passar na Rua Antonio Agu, a qual nos dias atuais grande
parte desta rua se tornou em calçadão, o calçadão do Hot dog, qual comércio
muito popular. Em 1974 o centro de Osasco já tinha seu ar pitoresco, assim como
sempre foi ele é, local tranquilo, só quem reside lá e frequenta sabe quanto é
prazeroso passear por ali.
Quem conhece o Centro de Osasco sabe
que são bem organizadas as Ruas e sendo assim, eu que quando sabia que iria ter
vacina na escola, ou melhor dia de tomar vacina, ia capengando de medo, era
como o terror se estivesse instalado dentro do colégio, aliás, eu era ainda
criança e assim como todas, a injeção era sim um terror explicito que somente
em saber dela perto de mim entrava em pânico. Hoje se me apegar de um hábito
frequente que tinha na hora de tomar uma agulhada, posso dizer de não estar
atento a minha saúde, o hábito de fechar os olhos para não ver a agulha entrar
na pele.
Voltando ao assunto acima, 1974. Minha
mãe sempre foi uma mãe muito cuidadosa com os filhos, ela já tinha levado todos
os filhos ao posto para tomar vacina, inclusive ela também. O interessante que
naquele dia devido a pandemia estar muito alto, crescente em números de
afetados, uma campanha de grande proporção foi executada em todas as ruas do
Centro de Osasco, não havia uma rua em que passasse sem que não sentisse uma
mão em seu braço, com educação é claro, era soldados do exercito em todas as
ruas, pontos de ônibus, nas esquinas.
Viaturas faziam sentinela a fim de ir
atrás de quem procurasse escapar da vacina. Ainda ontem 10/06/2020, assisti uma
entrevista na televisão que falava sobre o enfrentamento dessa pandemia da meningite
e realmente foi dito o enfrentamento dessa epidemia com pistolas. Essas
pistolas eram interessantes, pois tinham pedais, como se fossem hidráulicas em
que carregava a com o frasco da vacina e após esse frasco ser esvaziado por ser
muitas aplicações, recarregavam com outro e assim por diante, um verdadeiro
ataque de guerra contra a meningite.
Uma invenção muito eficaz, que nos dias
de hoje não pode ser usada, pois se trata de contaminação direta. Era como uma
linha em série, as pessoas apenas entravam na fila e assim que iam andando com
o ombro expostos, recebiam a dose da vacina através da pistola em que uma vez o
bico encostado ao ombro da pessoa, o soldado acionava um pedal o qual por sua
vez empurrava o líquido e a pessoas assim estaria imunizada. Muitos soldados
tinham uma praticidade grande, pois sendo muita gente, a agilidade destes
contava muito.
Como sempre fui muito observador e
detalhista, nunca me esqueço que tinha um apoio em que o soldado
segurava para não machucar as pessoas e ao mesmo tempo existia dois
pedais, quando o soldado cansava uma perna, usava a outra, assim a segurança
tanto a estes quanto as pessoas que seriam imunizadas acontecia. Foi um sucesso
tão grande esse método de trabalho vacinal que com o tempo continuou a ser usado
dentro das escolas para vacinar os alunos em todas as épocas de vacina. O
Brasil vestiu a camisa contra a epidemia em 1974, pelo menos em Osasco isso
aconteceu. Poucos tempos também no Brasil quanto a febre amarela.
Enfim, não tinha como fugir da vacina naquele
dia, hoje se percebe o quanto minha mãe estava naquele dia pensando em mim,
pois ela sabia o quanto eu tinha medo de injeção, agulhas, ou melhor, pânico.
Como já tinha tomado todas as vacinas, já que minha mãe não se descuidava dos
filhos neste sentido, ela fez de tudo para que eu não passasse por aquele
“terror”, isso eu criança nas mãos de uma mãe, leoa, todas as ruas que
entravamos lá estava os soldados, quando não era em esquinas era nos pontos de
ônibus, não tinha como sair de todo o centro de Osasco sem o passe da vacina.
Com o tempo conversando com minha mãe,
sendo eu já homem pai de filhos, ela se lembrou desse episódio e relatou que a
grande preocupação dela era que tinha esquecido a carteira de vacina, pois
devido a consulta era médica seguida de alguns exames que não precisava
apresentar a carteira de vacina. Portanto, já que não tinha outra saída a não
ser tomar a vacina novamente, depois de muito se explicar aos oficiais que ali
estavam, tivemos que entrar na fila ou iríamos ser de um jeito ou outro,
imunizados a força. Minha mãe era uma pessoa muito calma e educada ao extremo,
tinha certa elegância no trato da comunicação, tanto é que sua vida como
empresária no ramo têxtil foi de grande sucesso.
Parece que o tempo para, não é a toa
que foi uma das primeiras ruas de Osasco, assim que Antonio Agu montou sua
serraria por motivo em que se servia da linha do trem e esse servia a mesma a
todo Estado de São Paulo e Brasil, sendo ainda Osasco não emancipada de São
Paulo, Aliás se emancipou no ano em que eu nasci, 1962, nasci em agosto, e esse
evento aconteceu em fevereiro. Sendo assim, fiz questão em entrar nestes
detalhes explanando o como uma pandemia marca algo, fatores que mudam más, os
benefícios são enormes.
Quando digo fatores e benefícios, digo
o quanto o afastamento social e as políticas públicas são interessantes. Em
1974, enfrentávamos uma epidemia de meningite, mesmo com o afastamento ainda
teve pessoas que foram atingidas, acometido por esse mal. O terror era mais
ainda das mães que se percebia dentro dos postos de saúde procurando se
proteger a fim de proteger seus filhos que viriam ao mundo. Quanta vez percebia
mães chegando aos prantos, carregadas por pessoas e eu sentado ali na espera,
pois muitas vezes acompanhava minha mãe quando levava alguns de meus irmãos a
consultar, até mesmo sendo para ser consultado eu mesmo. Era uma situação
desesperadora em que quando se chega a ser pai ou mãe se percebe quão
desesperadora a situação naqueles dias.
Percebemos que precisou algumas pessoas
entrar em óbito quando a febre amarela se estendeu no Brasil para que muitas
procurassem os postos de saúde. Assim como muitas que talvez não acreditaram
nessa pandemia da simples gripezinha ou também possam ter sido infectadas por
acidentes, despercebidos, ou outros. Poderiam estar em nosso meio. Podemos nos
aperceber de optar por esse afastamento uma das outras, máscaras, álcool gel e
continuar nossa caminhada na face da terra ou, simplesmente ignorar os cuidados
e deixar que a natureza faça a sua parte. Melhor opção é a primeira.
Quando me lembro dessa época da
pandemia de 1974, tenho saudade de que aconteça novamente aquele evento em que
presenciei, quando a vacina estava descoberta para todos. Más, até que isso
aconteça devemos nos distanciar uns dos outros, mantendo assim nós e os outros
saudáveis a ponto de alcançar, ter o privilégio de assistir coisa semelhante
que ao ver significa liberdade de vida e vitória.
Portanto se trata de preservação da
natureza sendo essa preservação do próprio ser humano. Preservação de
indivíduos que vai além de simplesmente salvá-las, más, preservar memórias,
conceitos, ideais, pessoas que muito ainda podem contribuir para futuras
gerações, digo isso de médicos enfermeiros que muito estudam e tendo um
arcabouço de conhecimentos, estão à frente desta luta colocando eles e os seus
em riscos, perde-los é perder conhecimentos que demora muito a reconquistar.
Não podemos ignorar tudo isso, temos um compromisso com todos, fazendo o
possível a preservar além de nossas vidas.
Texto escrito em 11/06/2020
Texto atualizado em 17/06/2020
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Messias Albino -----------------